Interferência Coulombiana Nuclear no espalhamento inelástico de 6Li em isótopos pares de Se -->

Reações de Transferência e Espalhamentos Inelásticos como Ferramentas Espectroscópicas em Regiões de Transição.

 

Cleber Lima Rodrigues, Márcia Regina Dias Rodrigues, Gabriel Rocha de Santana Zarnauskas, Guilherme Nunes Hanninger, Gilberto Mitsuo Ukita, José Luciano Miranda Duarte, Lighia Brigitta Horodynski. Matsushigue, Luiz Carlos Gomes e Thereza Borello Lewin.

 

Grupo de Espectroscopia Nuclear com Íon Leves

Laboratório de Emulsões Nucleares e Outras Técnicas .

Expositor:  Thereza Borello – Lewin

Tempo:      40 minutos

 

         A compreensão das regiões nucleares conhecidas como  de transição, em que a adição de um ou poucos pares de núcleons, em especial nêutrons, é muitas vezes responsável por mudanças drásticas de comportamento, é uma questão desafiante de estrutura nuclear. Essas regiões tem sido a arena de interesse na evolução da pesquisa em São Paulo. Exploram-se as potencialidades da Espectroscopia Nuclear com Íons Leves, segundo duas linhas de investigação que fornecem informações complementares:

I ) O exame de reações de transferência, na caracterização experimental de aspectos microscópicos de estrutura nuclear.

II) O estudo da interferência coulombiana-nuclear (ICN), em espalhamentos inelásticos com projéteis de interação isoescalar, salientando aspectos macroscópicos.

O sistema Pelletron – Espectógrafo Magnético de Enge,  conjuntamente com a técnica de detecção em emulsões nucleares, em particular quando é utilizado o feixe de dêuterons, são em grande parte responsáveis pela qualidade dos dados de São Paulo.

O acompanhamento evolutivo, em cadeias de isótopos e/ou isótonos, da informação obtida por meio de reações de transferência de um núcleon, no mapeamento das componentes de partícula e buraco únicos do núcleo residual, permite através dos conceitos de ocupação e vacância evidenciar a estrutura global que se delineia, revelando como uma certa região de massa pode ser representada em termos de núcleons nos orbitais do modelo de camadas. Foi diagnosticada coexistência de forma em isótopos de Ru à baixa energia de excitação e ainda detectado, através das reações ( d,p) e ( d,t) partindo do isótopo ímpar 99Ru , um conjunto de excitações de   puro não previstas.

Seguindo a outra linha de pesquisa, foi feito, nos últimos anos, um grande esforço para dominar aspectos teóricos e experimentais relacionados à extração, na excitação de estados coletivos, dos valores das probabilidades reduzidas de transição isoescalares B(ISL), que fornecem informações referentes à contribuição da massa ( prótons+nêutrons) nas transições. De fato, é certamente inadequada em regiões de transição, a hipótese usual que considera que os valores de B(EL) reflitam toda a coletividade, pois estes são relacionados, desconsiderando-se os efeitos de polarização do caroço, apenas aos prótons. A interferência coulombiana – nuclear ( ICN), com projéteis leves de interação isoescalar em espalhamentos inelásticos, é especialmente vantajosa, pois permite a extração das razões B(EL)/ B(ISL), com o cancelamento de incertezas sistemáticas associadas à escala da secção de choque absoluta e ao modelo de reação adotado. O método de ICN com  deuterons é primazia do grupo de São Paulo que o aplicou em isótopos par-pares de Ru, Mo e Zr. O projétil 6Li, também de caráter isoescalar, foi utilizado no exame de núcleos de Ge na região de A~70.